25.7.09

Lançamento na Casa da Cerca, em Almada

Fotos de Ana Duarte
























































NÃO TENHO TEMPO! Sónia Silva

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Não tenho tempo!
Chego cedo do trabalho!
Pelo menos mais cedo do que chegava quando trabalhava até às 23h!
Saio às 18:30h e porque não me apetece suportar o habitual trânsito, engonho com os colegas à porta do trabalho com um cigarro.
A cabeça ainda trabalha!
É-me difícil desligar o “interruptor” conforme desligo o Windows.
Ainda me sai um “Diga?”, ou um “Não compreendi o que me disse…”, ou um “Permita-me interromper…”!
As chamadas são consecutivas e iguais.
O discurso é repetitivo, automático, programado… e por consequência torna-se inconsequente.
Já não penso bem no que digo e sai, simplesmente!
Chego a casa pelas 20:00h.
E sento-me no sofá exausta…e fico em silêncio.
Ligo a televisão, mas só para ver os bonecos!
Só para ver as imagens!
Fico sentada e tento sossegar.
Fico em silêncio e completamente imóvel horas!

19.7.09

OS TRÊS OITOS: OS TRÊS TEMPOS DO TRABALHO VIVO. Manuel Gusmão

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Porque é que uma velha reivindicação do movimento operário volta a fazer sentido actualmente?

Será que a revolução científico-técnica não resolveu os problemas velhos a que aquela reivindicação visava responder?

As sociedades humanas nunca conheceram um período de aceleração das descobertas científicas e tecnológicas e de velocidade da sua transformação em força produtiva directa, como aquele em que vivemos na segunda metade do último século. A revolução científico-técnica revolucionou os processos de trabalho e teve consequências sensíveis na vida quotidiana à escala mundo; como é que é possível compreender a estranha actualidade da reivindicação dos três oitos? Será uma manifestação do conservadorismo congénito do movimento operário e das suas organizações sociais e políticas? Será que se trata, como nos tempos da primeira revolução industrial, de uma forma de resistência de quem trabalha ao progresso técnico? Será que haverá uma nova vaga de hirsutos profetas apelando à destruição das “máquinas” actuais?