7.7.11

8!8!8! no Barreiro

Pela primeira vez desde o seu lançamento, o projecto 8!8!8! é apresentado do modo para o qual foi concebido: na rua, por um período dilatado de tempo. Nunca tinha estado mais do que umas horas na rua. Apesar de muitas tentativas e solicitações, que não representavam quaisquer custos (que não os do transporte) para as entidades contactadas, o projecto só agora, passados dois anos teve acolhimento da Câmara Municipal do Barreiro, por iniciativa da associação local Artesfera.

A inauguração contou com a participação de António Olaio, actor e encenador, na apresentação do projecto, e de Mário Caeiro, curador, responsável pelo evento Político. Criação.Valor, para o qual este projecto foi inicialmente concebido. Esteve presente o vereador Rui Lopo, da Câmara Municipal do Barreiro. Os painéis estarão expostos até dia 11 de Julho, no Parque Catarina Eufémia.


16.6.11

Um dia!


«Um dia de rebelião, não de descanso! Um dia não ordenado pelos indignos porta-vozes das instituições, que trazem os trabalhadores acorrentados! Um dia no qual o trabalhador faça as suas próprias leis e tenha o poder de as executar! Tudo sem o consentimento nem a aprovação dos que oprimem e governam. Um dia no qual com tremenda força o exército unido dos trabalhadores se mobilize contra os que hoje dominam o destino dos povos de todas as nações. Um dia de protesto contra a opressão e a tirania, contra a ignorância e as guerras de todo tipo. Um dia para começar a desfrutar de oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas para o que nos apetecer».


Assim rezava a convocatória do 1º de Maio de 1886.
(Com o contributo valioso de Lúcia Gomes).

1.5.10

25.10.09

COLÓQUIO, QUINTA-FEIRA, 5 NOVEMBRO, NA CASA DA CERCA, ALMADA

Colóquio "Os três tempos do trabalho vivo", integrado no projecto "8!8!8!", com Manuel Gusmão, poeta, João Arsénio Nunes, professor de História, e Arménio Carlos, dirigente da CGTP.

Clicar na imagem para ler melhor.












A exposição será reposta durante o período do colóquio.

4.8.09

O TRABALHO INTELECTUAL E O EMPREGO DO TEMPO. Eduardo Chitas




foto de Sara Gonçalves

Não vou propor nenhum questionário sobre o que faz cada um de nós desse bem precioso que é o tempo humano, no tão diverso uso quotidiano que lhe damos.
O problema é outro. No meu modo de ver, não é possível subestimar a importância deste assunto pelos seguintes motivos, conexamente considerados:

25.7.09

Lançamento na Casa da Cerca, em Almada

Fotos de Ana Duarte
























































NÃO TENHO TEMPO! Sónia Silva

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Não tenho tempo!
Chego cedo do trabalho!
Pelo menos mais cedo do que chegava quando trabalhava até às 23h!
Saio às 18:30h e porque não me apetece suportar o habitual trânsito, engonho com os colegas à porta do trabalho com um cigarro.
A cabeça ainda trabalha!
É-me difícil desligar o “interruptor” conforme desligo o Windows.
Ainda me sai um “Diga?”, ou um “Não compreendi o que me disse…”, ou um “Permita-me interromper…”!
As chamadas são consecutivas e iguais.
O discurso é repetitivo, automático, programado… e por consequência torna-se inconsequente.
Já não penso bem no que digo e sai, simplesmente!
Chego a casa pelas 20:00h.
E sento-me no sofá exausta…e fico em silêncio.
Ligo a televisão, mas só para ver os bonecos!
Só para ver as imagens!
Fico sentada e tento sossegar.
Fico em silêncio e completamente imóvel horas!

19.7.09

OS TRÊS OITOS: OS TRÊS TEMPOS DO TRABALHO VIVO. Manuel Gusmão

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Porque é que uma velha reivindicação do movimento operário volta a fazer sentido actualmente?

Será que a revolução científico-técnica não resolveu os problemas velhos a que aquela reivindicação visava responder?

As sociedades humanas nunca conheceram um período de aceleração das descobertas científicas e tecnológicas e de velocidade da sua transformação em força produtiva directa, como aquele em que vivemos na segunda metade do último século. A revolução científico-técnica revolucionou os processos de trabalho e teve consequências sensíveis na vida quotidiana à escala mundo; como é que é possível compreender a estranha actualidade da reivindicação dos três oitos? Será uma manifestação do conservadorismo congénito do movimento operário e das suas organizações sociais e políticas? Será que se trata, como nos tempos da primeira revolução industrial, de uma forma de resistência de quem trabalha ao progresso técnico? Será que haverá uma nova vaga de hirsutos profetas apelando à destruição das “máquinas” actuais?

25.6.09

"OS TRÊS OITOS": A LUTA NA CONQUISTA DA VIDA. Pedro Penilo

Pedro Penilo



Com o dobrar do século, configura-se uma nova forma de escravatura, que não necessita de grilhetas, mas é igualmente alienante. Conjugam-se com grande eficácia os mecanismos de produção de reservas de desempregados, de extrema desregulação das relações de trabalho e de captura dos salários pelos sistemas de crédito, com o controlo e manipulação dos sistemas de produção e intermediação de cultura, informação e ideologia, de um modo digno de uma descrição orwelliana.



Volta à ordem do dia a velha reivindicação dos “três oitos” – oito horas de trabalho, oito horas para dormir, oito horas para fazer o que se quiser! – aquela que no imediato corresponde às aspirações mais urgentes dos homens e mulheres manietados por este estado de crise geral e subversão de pilares da civilização.


É a consecução dessa exigência uma essencial condição objectiva para a liberdade individual e colectiva que fundamentam uma sociedade democrática e justa.


Obstáculo de peso à ferocidade predatória que hoje domina a economia mundial, a reivindicação das 8 horas de trabalho define, como ciclo natural e vital do ser humano e da sua felicidade, o dia e a noite. Numa mesma rotação da Terra sobre si mesma, na alternância de luz e sombra, com a influência que elas têm na nossa biologia e psicologia, devem, homens e mulheres, percorrer o ciclo do trabalho, do prazer, do amor e do repouso.