25.6.09

"OS TRÊS OITOS": A LUTA NA CONQUISTA DA VIDA. Pedro Penilo

Pedro Penilo



Com o dobrar do século, configura-se uma nova forma de escravatura, que não necessita de grilhetas, mas é igualmente alienante. Conjugam-se com grande eficácia os mecanismos de produção de reservas de desempregados, de extrema desregulação das relações de trabalho e de captura dos salários pelos sistemas de crédito, com o controlo e manipulação dos sistemas de produção e intermediação de cultura, informação e ideologia, de um modo digno de uma descrição orwelliana.



Volta à ordem do dia a velha reivindicação dos “três oitos” – oito horas de trabalho, oito horas para dormir, oito horas para fazer o que se quiser! – aquela que no imediato corresponde às aspirações mais urgentes dos homens e mulheres manietados por este estado de crise geral e subversão de pilares da civilização.


É a consecução dessa exigência uma essencial condição objectiva para a liberdade individual e colectiva que fundamentam uma sociedade democrática e justa.


Obstáculo de peso à ferocidade predatória que hoje domina a economia mundial, a reivindicação das 8 horas de trabalho define, como ciclo natural e vital do ser humano e da sua felicidade, o dia e a noite. Numa mesma rotação da Terra sobre si mesma, na alternância de luz e sombra, com a influência que elas têm na nossa biologia e psicologia, devem, homens e mulheres, percorrer o ciclo do trabalho, do prazer, do amor e do repouso.